Vou começar do fim. Após o belo por do Sol de domingo no Parque da Cidade, segui para a FUNARTE Brasília. Fiquei sabendo que ali estava rolando a primeira edição da “Virada do Cerrado”, evento inspirado na, já tradicional, “Virada Cultural” de SP.
O maior burburinho era para a apresentação de Sr. Gonzales Serenata Orquestra, projeto de André Gonzales, vocalista da banda Móveis Coloniais de Acaju. A proposta é revisitar grandes sucessos da Era de Ouro do rádio no Brasil. A voz aveludada de André, junto com seu carisma e lindos arranjos da banda, dão um tom leve e dançante ao show, mesmo com um repertório recheado de boleros e sambas-canções dramáticos dos anos 40 e 50. Divertido!
André Gonzales a frente do projeto Sr. Gonzales Serenata Orquestra na “Virada do Cerrado”
Antes pude experimentar uma boa dose do “Jazz do Cerrado”. (inventei agora! rs) Chegando na tenda onde rolavam os shows, instantaneamente olhos e ouvidos foram capturados por uma verdadeira catarse que se dava no palco. Que som lindo! Impossível não se deixar hipnotizar por aquele jazz ácido, cheio de malícia e swing com intenções de baião. O trio, encabeçado por Pedro Martins na guitarra, ganhou um fã. Fiz questão de comprar o CD e cumprimentar a todos no final do show. Acabei me impressionando ainda mais: eram todos “moleques”. Completando o time, Frederico Heliodoro no baixo e Renato Galvão na bateria. Arrebentaram!
Pedro Martins Trio na “Virada do Cerrado”
E no dia anterior, sábado de noite, fui prestigiar o show do projeto “Surf a Seco” no Sesc a convite do grande Kelton Gomes, cantor, compositor e produtor que vem se destacando no cenário independente. Nessa noite Kelton foi parte da banda que acompanhou Marco Michelângelo, ator, cantor e compositor que propôs um espetáculo teatro/musical. A principio fui pela oportunidade de conhecer Kelton pessoalmente, mas já nas primeiras palavras de Marco esqueci completamente o propósito inicial de estar ali. Sua manifestação artística tomou completamente minha atenção. Que lindo espetáculo! Quanta qualidade em uma única apresentação. Sensibilidade à flor da pele e carisma que não se ensaia. Me transportou para dentro do seu universo sem qualquer obstáculo entre nós. A despeito de toda dramaturgia que ali empregou, ele só bastaria. Banda incrível, devo ressaltar. Mas o que ficou marcado foram suas lindas composições. Arrebatador!
Projeto Surf a Seco no teatro do Sesc Garagem
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