Ai, caramba! Foram duas semanas sem postar nada na minha Fan Page. Que coisa feia! Como um profissional das mídias digitais se permite isso? Todos sabem, está em todos os planos e discursos publicitários, que o ideal são no mínimo 03 posts por dia no Facebook. E se disser que não tem assunto relevante para dar conta dessa demanda não tem problema, basta seguir a orientação e copiar imagens com frases de outras páginas e vender isso ao seu público como sua verdade.

Pois é, uma coisa tão simples e eu deixando de postar conteúdo por duas semanas em minhas redes sociais. Acham que estou preocupado com isso? Claro que não! Vou falar quando tiver algo que julgar relevante compartilhar com vocês. Nessas duas últimas semanas as coisas foram corridas. São muitas coisas para resolver até o lançamento do EP. A notícia boa é que poderei me dedicar quase que totalmente ao meu projeto nos próximos dias. Estou temporariamente afastado do trabalho formal (rs), e se o lado ruim é a falta de uma renda fixa para financiar as necessidades musicais da minha vida, o lado bom é que sobra tempo e inspiração para me articular com pessoas que acreditam na arte como ferramenta poderosa de transformação ética e social.

Depois da pré-produção, da captação de recursos e das gravações, ainda faltam a mixagem e masterização, toda a parte de comunicação e identidade visual, a prensagem do cd e o show de lançamento. A mixagem e masterização estão por conta do Paulo Gianini. Já tem coisa boa saindo do forno, mas ainda vão ter que esperar um pouquinho para ouvir (rs).

Bom, nos últimos dias estava correndo atrás da comunicação e identidade visual. E eis que me deparo com perguntas que não sei as respostas e outras tantas que me fizeram questionar o valor da arte. Em confidência aos amigos Ciro Neves e Gabriel Ribeiro, abri meu coração e falei da mágoa que me tomou ao ser questionado sobre qual era o rótulo da minha música, quem era meu público-alvo, quais eram os meus objetivos e valores, qual a minha mensagem, quanto além de apenas suor e lágrima estaria disposto a investir na minha carreira. Grande parte dessas respostas está no meu som, nas minhas atitudes, bastava ouvir com atenção e olhar nos meus olhos, afinal, pensei que era disso que se tratava: da minha música, da minha verdade. E não em como me transformar em um produto para expor na prateleira, com o rótulo de acordo com o que o mercado exige.

Tentaram rotular minha música, estabelecer uma classe social para o meu público, enfim… Fiquei chateado porque pareceu não haver esforço para entender quem sou e qual a mensagem que quero levar. Desde quando a música tem público-alvo em determinada classe social? A arte toca aqueles que se permitem ser tocados, e isso independe da classe social. Isso depende da alma e sensibilidade de cada um, valores que não podem ser comprados ou vendidos. Não quero me enquadrar em nenhum padrão. Não sou produto! Pouco me importa se minha música é grande demais para tocar na rádio ou atingir a molecada, pouco me importa se minha letra é reflexiva e de conteúdo mais denso e poético, pouco me importa se é lenta ou instrumental demais.

Em meia hora de conversa tentaram me vender tudo o que nunca tive interesse em ser ou comprar. Sentado e refletindo na volta para casa pensei como seria bacana trabalhar com quem esteve comigo desde o início e sentiu toda a energia que rolou naqueles dias de estúdio. Eu queria mais do que uma parceria comercial onde pago e recebo o combinado. Queria uma parceria onde houvesse confiança de ambas as partes, com liberdade para o dialogo aberto e o espaço para ser surpreendido pela iniciativa do outro. E é isso o que o Instinto Coletivo está me oferecendo, uma parceria além do negócio, boa para todos e com o ingrediente da admiração mútua.

Ter ao meu lado pessoas que acreditam no trabalho é fundamental e me dará coragem para seguir em frente com todas as minhas forças. A confiança depositada por vocês não tem preço, espero retribuir esse apoio. Vamos crescer juntos.

“Sei que vou vencer / E a paixão que sinto na manhã / Transbordará por todo o meu dia / E servirá de referência / Para tantas outras vidas / Tantos outros sonhos / Inspiração divina”

– Post dedicado ao Instinto Coletivo e a todos aqueles que estão ao meu lado por acreditarem em valores que não podem ser rentabilizados.